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domingo, 7 de setembro de 2008

• "To nem aí"

(texto recebido sem autoria)

É impossível ser sincero sem antes apertar o botão do “To nem aí”.

Tente pra você ver! Quando não estamos com o “To nem aí” ligado, nossa espontaneidade é obrigada a ir embora para dar lugar ao jogo de xadrez do ego.

Nosso egoísmo nunca quer perder, então, cada ação e palavra precisam passar por um rigoroso vestibular de possibilidades desejáveis e indesejáveis antes de vir ao tabuleiro.

Este jogo, pro nosso egoísmo, é tudo. Nele, somos escravos do que dirão, mas uma vez presos ao tabuleiro, não vemos outra maneira de sermos felizes.

Ligar o botão do “To nem aí” é viver um outro tipo de felicidade. Uma felicidade independente das casas brancas e pretas do tabuleiro de xadrez. Uma felicidade que não é resultado do que os outros dirão. Uma felicidade espontânea como sorrir “criançamente”.

Olhamos para as crianças e as invejamos por sua espontaneidade. Crianças flutuam em seu descaso pelas regras adultas. Comem quando tem fome, dormem quando tem sono, falam o que realmente pensam e sentem, sorriem quando estão alegres e choram quando estão tristes. Crianças nascem com o “To nem aí” ligado. A educação adulta nada mais é do que uma tentativa de desviar a atenção da criança do botão da felicidade incondicional – o botão do “To nem aí” – e focar sua atenção no botão da felicidade condicionada – o botão do “E agora José?”.

Na espontaneidade do botão do “To nem aí”, não importa se a coisa está certa ou errada, To nem aí mesmo que esteja errada, não é preciso deixar de ser feliz por causa disto. Na condicionalidade do botão do “E agora José?”, tudo que importa é se a coisa está certa ou errada, pois o certo é a condição pra felicidade.

Atualmente somos adultos, então, eis a enrascada em que estamos metidos. Estamos no meio da tempestade. Mas se não podemos retroceder fisicamente no tempo e voltarmos a ser crianças, podemos retroceder consciencialmente em nossa hipocrisia e voltarmos a ser espontâneos. Retorno à inocência.

E a forma pra se fazer isto é tirando a poeira de cima do botão do “To nem aí”, religando-o. Ou seja, não adianta permanecer numa atitude de culto a nossa hipocrisia e esperar que a felicidade incondicional aflore. É impossível.

O filosofo Nietzsche, em seu livro “Assim Falou Zaratustra”, faz uma metáfora muito interessante sobre o retorno à espontaneidade. Ele diz que o homem passa por três metamorfoses.

Primeiro o homem nasce criança, feliz incondicionalmente, espontâneo, depois, pra sobreviver ao terreno árido da condicionalidade adulta, passa pela primeira metamorfose, se transforma em homem-camelo. Vida de camelo não é fácil, o homem-camelo é um escravo do que dirão, tem que levar o mundo dos outros nas costas, mas camelo é resistente, agüenta. Então, quando o homem-camelo fica com saco cheio de ser pau mandado, vira um leão. O homem-leão só faz o que quer. Manda e desmanda. É dono do poder. Mas a ultima metamorfose não é o leão. Porque o leão ainda não encontrou a paz, a felicidade incondicional, o homem-leão só é feliz quando as situações acontecem do jeito que ele quer, só nesta condição. Então, quando o homem-leão se dá conta que este também não é o caminho, vem a terceira metamorfose, ele se transforma em criança novamente.

Acho esta metáfora genial! E se olhamos para a velhice, veremos que realmente é o momento em que voltamos a re-ligar o botão “To nem aí”.

Não é a toa que muitos idosos parecem crianças. Eu me lembro, por exemplo, de um dia que cheguei no sitio onde meu avô morava e o encontrei de chapéu de palha na cabeça, cigarro de palha na boca, vestindo uma camiseta do “Iron Maiden” com três furos gigantes no meio.

A camiseta era minha, e minha mãe tinha doado. Minha mãe criticou, mas o velhinho estava “pouco se lixando” pra moda cowntry. Ele não precisava mais rugir pra demarcar seu território, nem carregar o mundo dos outros nas costas pra agradá-los. O velho tinha re-encontrado e re-ativado o botão do “To nem aí”.

A boa noticia é que não precisamos esperar a velhice chegar pra re-ligarmos o botão do “To nem aí”. Podemos fazer isto aqui e agora. Pra voltarmos a ser sinceros e espontâneos basta reconhecermos nossa hipocrisia.

Um homem tinha uma casa na praia de Ipanema, uma grande família, dinheiro no bolso, cartão de crédito master of the universe, carro do ano, diploma de “PHDeus”, etc., mas, de fato, sentia que ter tudo aquilo lhe causava muito sofrimento, que era um peso nas suas costas. Sentia que nunca chegava na felicidade por mais que adquirisse bens físicos e culturais, além do que, morria de medo de perder o que tinha. Então, certo dia, viu um vagabundo andando a pé, sozinho, pelado e feliz da vida pela rua. Ele olhou pro seu sofrimento, olhou pra tudo que tinha, sentiu uma desilusão profunda e decidiu largar tudo que possuía. Despiu-se das roupas, dos sapatos, da família, do dinheiro, dos estudos, do emprego e foi morar numa floresta. Levou apenas uma cuia, que usava pra beber água. Até que, andando pela floresta, viu um macaco bebendo água com as mãos. Imediatamente o homem quebrou a cuia, pois percebeu que não precisava carregar nenhum peso.

Esta história da cuia é uma metáfora sobre desapego.

Desapego é a base mais fundamental do caminho pra felicidade. Porém, é uma prática muito mal compreendida, inclusive entre os que se proclamam desapegados. Quando uma filosofia fala em desapego ao material, geralmente entendemos que ela está se referindo as coisas, aos objetos. Não é isto. Objetos em si são apenas objetos: coisas são só coisas. Quando não temos uma paixão (desejo) por um objeto, que apego temos pelo objeto? Nenhum. Por exemplo, que apego você tem as coisas que estão na sua lixeira? Nenhunzinho. Você quer mais é se livrar delas, por isto as jogou no lixo. Então, a prática do desapego não está em nos desapegarmos das coisas em si, mas das paixões e cultura que o ego projeta sobre as coisas.

É a paixão (desejo) que faz um objeto deixar de ser apenas um objeto e se tornar um "objeto de desejo".

A história do homem que abandona tudo, inclusive a cuia, é uma ótima metáfora pra falar sobre o desapego, mas apenas se for vista como metáfora, pois é preciso compreender que as coisas das quais devemos abrir mão pra nos livrarmos da carga de sofrimento que sentimos, não são as coisas materiais, mas as paixões e a cultura que o ego projeta sobre as coisas materiais, que o ego agrega as coisas.

Então, este desnudar que nos mantém felizes incondicionalmente, aqui e agora, é um desapego consciencial, não é físico, este desnudar é ligar o “to nem aí”.

Jesus explica isto quando diz: "esteja neste mundo, mas não seja deste mundo". Em outras palavras, quando ligamos o interruptor pro lado do “to nem aí”, automaticamente estamos desligando-o do lado do “e agora José”.

O mundo não muda, a vida não muda, mas a forma como sentimos o mundo e a vida muda completamente. É outra realidade. Outro mundo e outra vida. O “to nem aí” põe uma arma na nossa cabeça e fala que se errarmos uma vírgula do que ele quer, do que julga ser o correto, estamos mortos. O “to nem aí” não tira a arma da nossa cabeça, não tira nosso serviço, nossa paternidade, nossa maternidade, nossa cidadania, etc, mas tira a importância passional e cultural que o ego projeta sobre as coisas e situações.

Assim, ligar o “to nem aí” é mudar o mundo sem mudar o mundo. É mudar a leitura da vida sem mudar uma vírgula. Ligar o “to nem aí” é o verdadeiro desapego. Então, quando olhamos pra aparência externa de um homem que ligou o “to nem aí”, ele pode estar vestindo um terno Armani, ter muitas posses, muita cultura e etc, mas por dentro está sempre nu, pois está consciencialmente livre das projeções do seu ego.

Por isto que, mesmo que um homem assim perca o que possui do lado de fora, não perde nunca a felicidade dentro, pois a felicidade é a única coisa que realmente lhe importa.
De resto: “to nem aí”!

2 comentários:

Unknown disse...

OI LÚ!!!!! ADOREI TEU BLOG, CONTINUE ASSIM COMPARTILHANDO AMOR,E CONHECIMENTOS ÀQUELAS PESSOAS QUE BUSCAM ISSO PARA CONFORTO EM SUAS VIDAS. ÉS UMA CRIATURA ILUMINADA E ABENÇOADA POR DEUS, POR ISSO, SEMPRE QUE POSSÍVEL, TRANSMITA AOS OUTROS O QUE A VIDA NOS DÁ DE BOM, ENTENDIMENTO....
UM BEIJO EM SEU CORAÇÃO E NÃO ESQUEÇA, CONTINUE SENDO ESTA PESSOA DE BEM COM A VIDA.
TUA VIZINHA E AMIGA, ELVIRA....

Lú Albuquerque disse...

Nossa! Acredita q só hj vi teu comentário no blog? Credo! me perdi em meio ao trabalho. he he he

Embora com atraso, quero agradecer a visita e as palavras tão carinhosas. Muito, mas muito, obrigada!

E obrigada, também, pela amizade e os e-mails tão sensíveis.

Q Deus nos abrncôe com saúde e paz na medida certa pra nossa felicidade.

Gde abraço!