Raras coisas têm o poder de me tirar do centro. Falta de respeito é uma delas. Talvez porque respeito esteja no topo da minha pirâmide de valores. Sem ele, impossível bem conviver, bem relacionar-se, amar. Sempre cito, pois nunca esqueço, que no início dessa minha caminhada rotulada por alguns de mística, mas que eu chamo de evolução consciente, um mestre me disse: “
faz da tua religião o respeito humano”. E tenho me empenhado em respeitar, não obstante meus desejos pessoais, por vezes alicerçados em emoções desorganizadas.
Há alguns dias, lendo o
Roccana, um dos blogs da querida Ana, fiquei sabendo que uma pessoa estava “plagiando” o blog dela. Sim, a palavra é mesmo “plágio” (= imitar trabalho alheio), pois a pessoa copiava posts do Roccana e colocava no blog dela como se seu fosse, sem o menor constrangimento. Achei 'de última' e postei comentário a respeito, manifestando solidariedade à indignação da Ana.
Sei bem como é essa sensação de estar sendo 'copiada'. Exemplificando... Já fui surpreendida algumas vezes com matérias do
3º Milênio colocadas em outros sites – 'tal e qual', mesma formatação e até cor da fonte – sem qualquer citação. Também já vivi o incômodo de saber que outra pessoa estava ministrando curso com apostila que desenvolvi para um dos meus cursos (meu nome foi apagado do rodapé e a apostila xerocada). Certa vez, utilizaram-se de um projeto meu para divulgar evento semelhante. Acho um desrespeito ao trabalho alheio.
Pois bem, o post da Ana me levou ao
CopyScape, um site de busca por replicação de conteúdo, através do qual encontrei
minha mensagem de ano novo colocada – cada número, letra, vírgula, travessão, aspas e ponto – no blog
Noticiário RJ on line como sendo mensagem da editora, ou seja, sem mencionar a fonte, muito menos a autoria. (clique nas imagens para abrir)
No primeiro momento, confesso, me senti roubada, usurpada, saqueada e seus sinônimos. Fiquei irada, furiosa, raivosa e todos os adjetivos do gênero. A intenção imediata foi denunciar ao mundo o ato “fraudulento”, tamanha minha indignação. Escrevi uma mensagem para postar na lista do 3º Milênio onde despejava meu veneno, com crueldade e antecipada satisfação – era eu, no auge da TPM (rs). Por um lapso de lucidez não postei imediatamente e busquei aconselhamento de um amigo mais pensante e menos emocional (acho) que eu. Bingo! Ponderações e justificativas plausíveis me fizeram refletir e enxergar a proporção exagerada da minha ira. Voltei ao meu centro e reescrevi a mensagem, conforme sugerido por ele.
Ainda indignada, porém centrada, manifesto aqui meu desagrado com o episódio. Considero a atitude determinante – a ação independe da proporção. Ou seja, roubar um banco ou a vendinha da esquina é roubo. Mentir sobre algo banal ou algo vultoso é mentira. Desrespeitar o garçom ou o diretor é desrespeito. No caso, apropriar-se indevidamente de uma simples mensagem de ano novo ou de uma obra literária é apropriar-se indevidamente.
Na internet estamos sujeitos à pirataria e geralmente não há muito que fazer a respeito. Denunciar é, ainda, nossa melhor arma para, no mínimo, constranger a repetência do ato.
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Mensagem enviada ao 3º Milênio:"Amados Todos, Saudações!
Em 2006 o 3º Milênio iniciou trajetória on line. A partir de então, tem conquistado cada vez mais leitores e amigos. Nossa filosofia encontra ressonância no coração e mente de pessoas em busca de conhecimento, melhor qualidade de vida e evolução espiritual.
Sendo responsável por este espaço, tenho especial cuidado com material aqui disponibilizado, bem como com a fonte dos mesmos. Nossos colaboradores são ‘trabalhadores de boa vontade’, comprometidos com o compartilhar e o servir.
O compromisso com a clareza e a ação justa me faz lamentar que minha mensagem de ano novo, expressão da minha alma, tenha sido aproveitada no blog Noticiário RJ on line sem mencionar a fonte, sequer indicar a autoria. (ver anexos)
Infelizmente, a usurpação on line é prática comum. Embora não tenha sido plágio de artigo, o episódio convida a refletir sobre a utilização de material da internet...
Será que a ética também se torna virtual?"
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Obs.: A sentença que dá título a este post eu li no rodapé de uma mensagem num website que trata da Nova Energia. Por identificar-me com o princípio, adotei-a no 3º Milênio.