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segunda-feira, 2 de março de 2009

• União de teorias no processo de cura

Camila Weinmann
RegressãoO uso de técnicas regressivas para tratamento de conflitos psicológicos, apesar de centenário, tem causado divergências práticas e conceituais para profissionais de diferentes áreas. Com a disseminação de teorias reencarnacionistas, a regressão tem ganhado novas formas e aplicações, mas tais direcionamentos ainda causam polêmica entre psicólogos e psiquiatras.

Aplicada desde a virada para o século 20, a regressão surgiu como efeito do “método catártico”, no qual Sigmund Freud e Josef Breuer utilizavam a hipnose para rememoração de traumas responsáveis por sintomas neuróticos. A cura acontecia através da fala e pela expressão emocional do afeto. Porém, Freud concluiu que, sob hipnose, as resistências a enfrentar o conflito da infância não eram analisadas e, por isso, os sintomas retornavam quando o paciente saía da influência do hipnotizador.

O primeiro estudioso da psicologia a considerar a dimensão espiritual do ser humano foi um discípulo de Freud, Carl Jung. O rompimento entre mestre e aprendiz aconteceu entre os anos 1913 e 1914, justamente pelas divergências neste aspecto: a espiritualidade. Freud era totalmente cético em relação ao âmbito transcendental, enquanto Jung desenvolveu suas principais teorias a partir dele.

A regressão também se tornou um aspecto de discordância entre Freud e Jung. Na análise junguiana, o fenômeno era visto quase sempre como negativo, no qual os aspectos intensificadores da personalidade têm como conseqüência a analogia ou a formação de arquétipos – predisposições recorrentes surgidas na consciência como imagens ou padrões simbólicos da experiência humana universal. Apesar da crença um tanto velada na reencarnação, no livro Os sete sermões aos mortos (1916) Jung relata a sua descoberta do mundo transpessoal e o crescimento que obteve com esta vivência.

RETORNO A VIDAS PASSADAS

A Psicoterapia Reencarnacionista veio à tona através do trabalho de Mauro Kwitko, médico diplomado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) que possui vários livros editados a respeito e é cada vez mais disseminada através de cursos de formação.

O tratamento de problemas psíquicos através do retorno a vidas passadas nasceu da fusão entre a psicoterapia e a crença no fenômeno da reencarnação. Segundo o vice-presidente da Associação Brasileira de Psicoterapia Reencarnacionista (ABPR), Ricardo Faerman, nesse caso a infância é analisada como uma continuação da vida anterior. “Nossa técnica se opõe à tese tradicional de que a partir do nascimento a criança começa a formar sua personalidade, tornando muito mais fácil a compreensão das causas originais dos conflitos internos e dos comportamentos sociais humanos”, avalia.

As consultas são semelhantes às terapias tradicionais, mas o enfoque é a evolução espiritual. “A terapia busca o equilíbrio das imperfeições como o medo, a depressão, as fobias, o pânico e outras, oriundas geralmente de nossas encarnações passadas”, afirma Faerman. O curso reconhecido pela ABPR é considerado profissionalizante e todos os alunos que o concluem são habilitados a trabalhar na área. “Eles praticam as técnicas durante um ano e são qualificados através de exames práticos e teóricos, tendo acompanhamento do professor e dos monitores em sala de aula”, acrescenta. Os estudiosos da área acreditam que em breve a Escola de Psicoterapia Reencarnacionista será assimilada pela ciência.

(PSICO)TERAPIA?

Muitos profissionais contestam a aplicação da Psicoterapia Reencarnacionista e consideram indevida a utilização do radical psico para designar atividades exercidas por pessoas sem formação na área de saúde mental. Porém, conforme a psicóloga fiscal do Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul (CRPRS), Letícia Giannechini, a psicoterapia ainda não é regulamentada e por esse motivo o termo não é privativo de nenhuma profissão.

O problema é que para os leigos fica confuso diferenciar os profissionais que têm ou não formação superior específica”, ressalta Letícia. Ela lembra que as terapias humanísticas admitem técnicas vivenciais como a regressão, assim como outras práticas alternativas sem base científica. “A psicanálise, por exemplo, trabalha com o rememoramento da infância e da vida intra-uterina, mas não aborda a existência de vidas passadas”, comenta a psicóloga.

EXPANSÃO DA CONSCIÊNCIA

Mas nem todas as linhas da psicologia rejeitam o retorno a outras encarnações através de técnicas regressivas. No final dos anos 60, os estudos de um pequeno grupo de pesquisadores deu origem à chamada Psicoterapia Transpessoal. O movimento reúne teorias de inúmeras escolas da psicologia do ocidente e contempla uma série de conceitos da filosofia oriental. A perspectiva transcende os limites da psiquiatria e da psicologia, tendo como principal objetivo a expansão da consciência. Ou seja, a exemplo de Carl Jung, vê o homem como ser multidimensional, com seus aspectos biológicos, psicológicos, sociológicos e espirituais.

De acordo com o especialista em Psiquiatria e Terapia de Revivência Transpessoal Luiz Augusto Brauner Menezes, as principais técnicas utilizadas pela Psicologia Transpessoal são a hipnose e a regressão. “Um relaxamento coloca o paciente em estado de consciência ampliado, que diminui o uso de mecanismos de defesa e permite maior comunicação da parte consciente da mente com o inconsciente”, relata.

Menezes salienta que existem mais de 20 hipóteses diferentes para explicar o material que surge em uma terapia regressiva. “Muitos profissionais vêem as lembranças obtidas na regressão como fruto do inconsciente coletivo ou dos arquétipos junguianos. Da mesma forma, alguns cientistas as explicam através da ativação do DNA ou RNA, considerando que as memórias de situações não vividas por eles podem estar contidas na carga genética deixada por seus antepassados. Há também os que relacionam as imagens aos hologramas da Física Quântica”, pondera.

EXPERIÊNCIAS E RISCOS

O especialista em Psiquiatria e Terapia de Revivência Transpessoal, Luiz Augusto Brauner Menezes, ministrou cursos de técnicas regressivas ao longo de cinco anos e jamais aceitou alunos sem formação superior na área de saúde mental. “É perigoso, pois a regressão pode levar o paciente a reviver situações traumáticas. Com a rememoração bem conduzida de certas vivências, é possível até mesmo encontrar a cura para males psíquicos. Porém, o profissional precisa dominar a teoria e a prática, para não correr o risco de desencadear crises psicológicas graves”, explica.

Já a terapeuta energética Lú Albuquerque considera mais importantes a vivência e a sensibilidade do que a formação acadêmica. “Conheço casos de psicólogos com vasto currículo que não souberam conduzir a regressão da maneira adequada e causaram danos sérios às emoções de seus pacientes. A experiência se faz no treinamento dos profissionais. Existem muitos cursos sérios e bem fundamentados nesta área”, conta.

Lú fez formação com o xamã australiano Rowland Barckley, que ministra aulas no mundo todo, e trabalha com cura holográfica na linha do tempo. A terapia também aborda a reencarnação, mas conduz a pessoa a situações do passado apenas como espectador. “É como se ela assistisse à cena sem vivenciar novamente, sem sofrer as sensações, as emoções, nem a carga traumática do momento. É apenas uma visita para compreender e solucionar as suas limitações”, explica.

A terapeuta não tem formação em psicologia ou psiquiatria e utiliza diversas técnicas que influenciam o campo energético do ser humano. “Trabalho com mentores e guias. É preciso acreditar para entrar em estados alterados de percepção. Quando recebo em meu consultório alguém que não tem essa crença, prefiro encaminhar para outros profissionais com formação mais técnica, que utilizem uma linguagem mais próxima à esperada pelo paciente.” Ela sugere que os interessados em técnicas regressivas procurem indicações com quem já foi atendido por um profissional da área, pois só dessa maneira terão conhecimento de sua qualificação.

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fonte: Jornal Diário Popular (Pelotas/RS) – Abril/2008
imagem: da internet

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